domingo, 22 de fevereiro de 2009

caminhadas


Kashim Ibrahim Way, Abuja.
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Mais aos fins-de-semana. Mas também acontece que me largue pelas avenidas de Abuja durante os dias de semana, ao fim da tarde.
Ao domingo, estão assim, como na fotografia: desertas.
Alguns carros estacionados, por vezes, em certas zonas pontuais, onde há jardins que grupos de amigos e famílias alugam para festas de aniversário, casamento ou para festejar o nascimento de mais um ser nesta vida.
Se olharem para a parte direita da foto, reparam que há alguns carros estacionados. Passei por lá, havia uma grande festa. Eles próprios levam uma aparelhagem, comida, boa disposição, muita dança; alugam apenas o espaço, cadeiras e mesas: e fazem a festa.

Não sei de onde me veio este gosto tamanho pela caminhada solitária. Talvez da adolescência, de quando passeava com a Filipa por Lisboa e arredores, sem consciência das distâncias ou das fronteiras da cidade, numa desobrigação de horários relaxante.
Nesse tempo: o tempo em que vivemos apenas para nós mesmos.

Habituei-me já a alongar-me pelas avenidas de Abuja. Por vezes sujas, outras vezes sem passeio para peões, algumas vezes sob um sol demasiado agressivo - mas posso ir sempre em frente como que dando a volta ao mundo, como que esquecendo que há fins, mesmo para as minhas pernas, bastando seguir e parar num bush bar quando tenho sede. Quem segue é o meu vento, o meu pensamento, não há limites para este bicho interior.

No fundo, tem tudo tão pouca importância, quando somos confrontados com questões iminentemente sérias e exigentes. Há tantos acompanhamentos na vida, como as batatas fritas, o arroz, a salada e até mesmo o ovo estrelado que rodeiam o bife num bitoque.


Como distinguir o essencial?

3 comentários:

  1. há quem tente pelo despojamento... B)

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  2. Olha a Cláudia :-)
    Sim, o despojamento, ou o desapego.

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  3. Pois eu acho que o despojamento ou o desapego não ajudam a distinguir o essencial.
    São, sim, uma consequência de quem já descobriu/está a descobrir (pelo menos a pontinha do véu) do que é (o) essencial.
    É essa constatação de fatuidades, futilidades, superficialidades e vacuidades que nos torna despojados e desapegados. (Sem dó nem piedade, a não ser à dor de todos os seres sensíveis.)
    Passinho a passinho se faz bom caminho...




    Mámi

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